sexta-feira, 2 de maio de 2008

Do Latim: introductione

Há tempos escutamos que definir é uma espécie de limitação, onde as pequenas palavras, a morfologia, a construção das orações, sejam elas coordenadas ou subordinadas, ou qualquer outra regra que nos foge à cabeça, nunca irão alcançar a dimensão do ser.
Dizer quem é Ianara talvez fosse uma tarefa fácil, se deixássemos de lado toda a complexidade inerente a qualquer ser humano. Mas tudo bem, vou procurar não falar em terceira pessoa, isso sempre gera algum problema.
Fui feita em pleno São João, a caçula de dois irmãos. Sinto saudade da convivência diária, fase boa e ao mesmo tempo cheia de briguinhas. Hoje, somos mais maduros, amigos, mal brigamos, mas nos vemos bem menos...
Quanto aos meus pais, pensar no significado deles, a base que eles me deram, as forças unidas em vida, a dedicação, o zelo e, principalmente, o amor, me foge o ar e as palavras, mais uma vez, ficam obscuras.
Já fiz muitas coisas nessa vida, algumas que nunca mais as repetiria, outras, a grande maioria, as faria sempre. Mas cada um desses momentos, bons ou ruins, maduros ou imaturos, sóbrios ou não, me fizeram ser quem eu sou e me fazem acreditar que qualquer mudança é possível, basta coragem e determinação (tudo bem que nós não sintamos o processo de algumas mudanças, mas sempre há um resultado por vir). Ainda tenho muita coisa para viver, a estrada é curta demais para nos arrependermos, mas nunca para pedir perdão. Pode até parecer contraditório, pois o preceito básico deste é aquele, mas não veja nesse sentido.
Tenho determinados hábitos e manias que os dedos das mãos são insuficientes para contá-los, e só convivendo você vai percebendo o quanto eu posso ser chata e agradável.
Sim, eu falo sozinha, sou sempre a heroína em minhas histórias, digna de contos de fadas, onde o mal nunca triunfará, devo ser monologomaníaca ou algo do gênero.
Odeio rotina, juro que tento seguir um calendário, mas em uma manhã você pode me ver fugir do itinerário várias vezes.
Fico estressada com besteiras e consigo perder facilmente a cabeça, mas isso é um mal de pode ser evitado, trabalhando, mas nunca abolido, pois faz parte da minha natureza falha.
Trânsito me deixa agoniada, mas faz tempo que não pego uma bicicleta para ir à casa de um amigo. Não há nada mais irritante do que alguém andar devagar na faixa da esquerda e buzinas na hora do pôr do sol, esse momento deveria ser mais sagrado. Uma vez eu li sobre Diógenes, homem simples, que não acreditava em luxo, vivia em um barril e possuía apenas a sua roupa do corpo. Certo dia, Alexandre Magno aproximou-se dele e perguntou se existia algum desejo, qualquer pedido que fosse, e este seria imediatamente satisfeito. A sua resposta foi breve e sem hesitar: “Sim, desejo que te afastes da frente do meu Sol”. Pois então, a felicidade é tão simples, e nós a tornamos em algo que as pessoas precisam, muitas vezes, de longas sessões de terapia para poder encontrá-la, mas isso é uma outra história...
Quando eu era criança eu achava que as pessoas com 20 anos eram velhas, agora, acho as de 80 anos jovens. E espero sim, um dia, ser uma jovem de espírito aos 80, como, uma vez, minha falecida avó paterna chegou a me confessar: “Minha filha, por traz dessas rugas existe tanto sentimento, tanto amo e vida, que consigo ser nova dentro desse corpo velho”.
Ser adulto torna tudo mais chato, e que vive da idade perde a graça de voltar a ser uma criança. E como eu era tola de querer saber a sensação de ser uma adulta. Agora, espero guardar sempre a criança que há dentro de mim.
Às vezes eu choro, tiro um peso por passar por algo triste, mas também choro quando uma coisa é bela e consegue tocar o que estava adormecido.
Adoro pessoas simpáticas, das extravagantes eu tenho medo, das misteriosas, curiosidade. Tento fazer ninguém se tornar insignificante ou desprezível, mas tenho defeitos, e muitas vezes não consigo. Consigo me apaixonar por muitas coisas, por atitudes, sorrisos e olhares, até por aquela criança que nem lembro mais o nome, que me pediu em casamento. Ele devia ter 8 e eu 16, e, nunca esqueço daquele rosto sorridente me fazendo um pedido inusitado. Droga! Tive que negar =D
Uma dica: Se o dia estiver insuportável, dê uma pausa e vá à praia, senta e relaxa, os minutos irão passar e alguma coisa mudará (Sinto por aqueles que não tem o mar por perto para vivenciar o que eu estou falando, mas se não há mar, há sempre nuvens, então deixa a sua imaginação fluir por alguns instantes, surpresas aparecerão, quem sabe um dragão ou um leão, táá, chega de “ão”.
Ainda tenho muito que fazer, muito que aprender, mergulhar nos encantos da vida, e sim, viajar, sempre! Viajar é uma das coisas que me faz sentir mais plena, completa, realizada, cheia e demais adjetivos, muitas vezes não precisa de muito dinheiro para conhecer um novo lugar cheio de encantos. É isso, eu tenho esse espírito, e preservar pelo bem estar é uma das melhores maneiras de viver: se sente bem no presente e evita futuros problemas como frustrações, médicos e remédios.
Não gosto de receber buquês, mas adoro receber uma flor dada com carinho.
Quanto aos amigos, faço minhas as palavras de Vinícius de Moraes, “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles... enlouqueceria se morressem todos os meus amigos... Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ... Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!”
No mais, é isso!
Obrigada pela atenção!

4 comentários:

Unknown disse...

Sinceramente!? Foram as palavras mais verdadeiras que já li nos últimos tempos. Apesar de conhecê-la muito pouco, tenho certeza que isso é apenas um reflexo da pessoa espontânea, objetiva e que, acima de tudo, sabe curtir a vida de uma forma bem simples e natural e que, de certa forma, acaba passando essa energia positiva para todos que estão ao seu redor! Nessas palavras você falou por muita gente, coisas simples do dia-a-dia mas que não paramos para pensar, devido o estresse do nosso cotidiano, tempos corridos, onde não temos mais disponibilidade de tempo para desfrutar das coisas mais simples e boas que a vida nos proporciona.
Belas palavras Ianara e continue aperfeiçoando esse talento que você tem para escrever (ou teclar!?) essas inspirações belíssimas e colocá-las à mostra para servir de exemplo (e de inspiração, quem sabe!) para nós todos! É um prazer conhecê-la. Bjus!

Unknown disse...

Eu quase desistí de ler uma três vezes, introuduçãozinha grandinha, dava pra ser dividida em capítulos.

Relaxe, é só um comentário invejoso de alguem que tão superficial que se fosse falar de si proprio, caberia em um paragrafo.Ou não, talvez seja apenas preguiça!

só a parte do buquê que não me convençeu!

Beatriz Andrade disse...

\o/ Terminei de ler teu texto interessante mas como sou do contra tenho coisas q ñ concordo mas isso ñ vem ao caso, acho que tu tem o dom de tocar as pessoas com as palavras >.<

Ass: Bibi =]

Bjssss

Felipe Kariri disse...

:*
:}