quinta-feira, 22 de maio de 2008

A caixa permanecia intocável. Era apenas mais uma caixa no meio de tantas outras em meu quarto. A cor rosa choque não chamava mais atenção, mas, nessa noite*, a caixa antiga tornou-se o palco de grandes acontecimentos. Definitivamente, ela não é uma simples caixa.

[Inara]
[que não é Nara]
[cantou para mim]
[Cartola]

[Carta. 09 de junho de 2004]

‘Ainda é cedo amor

Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar

Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos.
Vai reduzir as ilusões à pó

Preste atenção querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés’


[Confesso que tenho medo de herdar apenas, de cada amor, o cinismo. De verdade]


[E quem foi que disse que as Rosas não falam?]
[Ela(s), até hoje, fala(m)]
[Em cartas, bilhetes, e, algumas raras vezes, pessoalmente]

* madrugada de 21.05

5 comentários:

Dayane Carmona Poeta disse...

adoravél texto.
e eu como você acredito que rosas falem! :) Beijos :*

Rômulo disse...

O perfume das palavras ditas com intensidade...

...As rosas falam sim, e como falam...

(re)torno depois!
rsss

Anônimo disse...

as rosas falam sim, e o perfume que vem delas mais ainda... lindo post, lindas músicas, perfeito simbolismo de um momento da vida!
adorei!

Unknown disse...

falam sim, mas pra sentir o perfume delas é preciso suportar os espinhos...

Imperfeccionista disse...

Essa caixa rosa choque é mais discreta por fora do que por dentro... ela "esconde" tanta coisa =)~