terça-feira, 8 de junho de 2010

Resgatando homenagem II

[dando uma de Manuel Bandeira. para eeeguica. algum tempo de 2009]


Vou-me embora pra Algum Lugar
Lá não precisa ter badalações
Lá a gente faz a nossa festa
Qual barzinho que presta?
Vou-me embora pra Algum Lugar

Vou-me embora pra Algum Lugar
Lá Erica precisa estar
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Deborah A Risonha
Vai nos colocar para dentro
Querendo ou não querendo
Daquela comédia noturna

E como será divertido
Andaremos sem rumo
Falaremos aquelas besteiras
Beberemos mais uma
Tomaremos banhos de mar!
E quando estivermos cansadas
"blábláblá" te dará uma receita
Para a preguiça escapar
Contará aqueles histórias
E novamente mandaremos se calar

Larissa virá me falar
Que de nós não irá desgrudar
Vou-me embora pra Algum Lugar

Em Algum Lugar tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir qualquer morgação
Tem aqueles abraços
Tem risadas constantes
Tem pessoas bonitas
Para a gente namorar
E quando nós estivermos tristes

Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Mais uma garçom iremos dizer

— Lá a conta é amiga —
Terei Erica para me aconselhar
Deborah para me incentivar
Larissa para me abusar
Vou-me embora pra Algum Lugar.

[e para quem duvidava. nunca entendi o porque. tudo tava tao na cara. ahhh... ]

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Resgatando homenagem I

[dando uma de Drummond. para homenagear a bruaquinha. 25.01.2005]


E agora Raquel?
o ano acabou
responsabilidade chegou
o povo sumiu
o Geo esfriou
E agora Raquel,
E agora você?
Você que tem nome
Que zomba dos outros
Você que faz versos
que ama, protesta

E agora, Raquel?
Esta sem escola
Está sem professores legais
Está sem Hamon

Já nao pode resmungar
Já nao pode se chatear
E com o Geo já nao pode

O Geo cabou
A universidade ainda nao começou
não vieram os professores

E tudo se esclareceu
E tudo novamente tentar
e agora , Raquel

E agora, Raquel
Sua doce palavra
Seu instante alegre
Sua gula SEM jejum
sua biblioteca
Seus grandes olhos
Sua angustia, E agora?

Com a chave quebrada
quer abrir a porta
mas nao dá
Quer ir para França
mas fica só tomando vinho
E agora, Raquel

Se você me chamasse
Se você me procurasse
Se você fosse maior
Se você dormisse
Mas você nao dorme
Seus olhos são grandes

Sozinha em casa
sem ninguém para abusar
sem Ianara, pulinha, Natalia´s
voce engorda, Raquel
Raquel, e agora??


[e para quem duvidava, ela foi à França haha :) ]

domingo, 6 de junho de 2010

Divagando I

Mulheres bem resolvidas (?)

Aquele “frisson” aconteceu. Se me perguntarem o porque de tudo isso, culparei as pílulas (será?)!

O feminino desafiou a ideologia dominante, como uma forma de quebrar, de modo impactante, os paradigmas tradicionais sobre o ser/poder. O que implicou, necessariamente, na ruptura com o destino pré-concebido, domínio masculino, bem como, na liberdade de sentir.

Uma verdadeira revolta sexual? Um protesto apaixonado em defesa da liberdade de não mais viver inspirando e expirando, procriando e criando? Uma ruptura à figura da esposa vitoriana, frágil e abnegada, aquele anjo domesticado do lar?

Pois é, paciência, Acton, a mulher não encontra prazer, apenas, em manter o lar seguro, em criar filhos, muito menos, em ser submissa ao sexo masculino.

Sair? Sentar-se à mesa de bar com os amigos para jogar conversa fora? Que é ISSO, MULHER, tá pensando que você é o QUÊ? OLHE A SUA CONDUTA, MORAL E SOCIAL!!!!



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Acredito sim, que o requisito liberdade implica diretamente no que somos, fazemos, sentimos, como também, naquilo que queremos alcançar. Viver por viver, sem indagar o porque, como um peixinho que não sabe a razão de estar ali naquele minúsculo aquário? Que nada! Um viva às quebras de tabus, à nova história, nem que para isso, tenhamos que combinar uma colher de felicidade com meia xícara de dor.

Claro, tudo isso pela inquietação de revelar esse mistério ‘de ser’ e, assim, descobrir-se por inteiro.

Se, para isso, for preciso desafiar as regras pré-estabelecidas, estarei lá, me recusando a adotar o papel de tantas outras que estão a comer capim!



terça-feira, 1 de junho de 2010

Êta cabra


O Adjunto de Promotor Público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana, quando a mulher do Xico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de tocaia em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova.




CONSIDERO:



QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ella e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana;


QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer; conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;


QUE Manoel Duda é um sujetio perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.


CONDENO o cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE.

A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. Nomeio carrasco o carcereiro.

Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.

Vila de Porto da Folha Sergipe, 15 de outubro de 1833.

Manoel Fernandes dos Santos

Juiz de Direito



[Fonte: Instituto Histórico de Alagoas]