terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ano sabático



'Ano sabático' é um termo de origem hebraica, deriva de shabat ('é o nome dado ao dia de descanso semanal no judaísmo (...) a tradição judaica acredita que o sabá se inicia com o pôr-do-sol da sexta-feria comum e termina com o pôr-do-sol do sábado comum').

A atual ideia consiste em passar um período fora, em um processo de conhecimento interno e externo...

Pois é, quem nunca imaginou, pelo menos uma vez, em percorrer 'mundo afora'? Na possibilidade de conhecer novas culturas, pessoas de diversas nacionalidades, enfim...saborear os mais diversos estilos de vida.?

'O fato é que a história do ano sabático ainda é um tabu em terras tupiniquins e grande parte das empresas não vê mesmo com bons olhos essa idéia. Não que quem parta para um ano fora não encontre emprego, mas é que difilmente arruma uma licença e consegue voltar pro mesmo cargo que ocupava antes.

Difícil, muito difícil, embora seja uma idéia que esteja acometendo cada vez mais pessoas no país, especialmente na casa dos 30. Com a história dos casamentos e dos filhos ficarem cada vez para mais tarde e a realização profissional acontecer mais cedo, tirar um ano sabático passa mesmo pela cabeça de muita gente hoje.

Passar um ano só viajando em inúmeros países. Ou passar um ano vivendo num único país. Ou passar um ano só estudando, seja um MBA, um curso de línguas ou um curso para puro prazer pessoal, como vinhos, gastronomia ou moda. Todo mundo sabe que viajar é uma delícia e que a experiência de morar fora é das mais interessantes pra chacoalhar nossos pensamentos.

Mas daí vêm as pulguinhas... será que vale gastar tudo que eu economizei e arriscar meu pescoço? E se o dinheiro acabar antes e eu tiver que voltar em alguns meses, sem ter feito tudo o que planejei? E se eu tiver que me arriscar num sub-emprego lá fora pra me manter quando aqui eu tenho um emprego bacana, que me paga bem? E se quando eu voltar eu demorar muito pra arrumar um emprego ou nunca mais conseguir alguma coisa parecida com o que já tenho? E se... e se... e se...

É, realmente, acostumados a tantas instabilidades políticas e financeiras, os brasileiros impõem tantos "ses" a esse desejo que acabam deixando a idéia pra trás, enquanto para algumas pessoas de outras culturas o ano sabático é um período natural da vida - e existem até empresas que incentivam esse tipo de comportamento.
Essas são questões e decisões extremamente pessoais. Muita gente tem vontade mas diz que não tem um emprego tão ruim assim pra jogar tudo pro alto - nem um tão bom pra nem cogitar essa idéia.

A resposta depende de muitos fatores, e não necessariamente nesta ordem: vontade pessoal, reservas financeiras, apoio dos amigos/parentes/cônjuges, prioridades pessoais, plano pessoal, plano de carreira...'




Achei alguns blogs interessantes sobre o tema:

-> 'A jornalista Marcella Centofanti deixou um emprego de seis anos e resolveu tirar um ano para viajar (dez meses na Ásia e dois meses na Europa). Aqui ela conta suas experiências na estrada' : http://www.blogdeviagem.globolog.com.br/

-> Da jornalista Eliza Capai: http://americasemfronteiras.com.br/tag/sozinha/

-> O do Claudiomar, que por sinal, é muito gente fina: http://claudiomar.blogspot.com/
('Recém formado em Relações Internacionais na Universidade de Brasília, Claudiomar ainda procura algo pra utilizar os seus conhecimentos adquiridos na graduação. Devido a este fato viaja e escreve análises socio-economicas pelos locais que passa.')

-> Mari Campos (referência ao texto): http://pelo-mundo.blogspot.com/



...


[gosto muito desse texto do Amyr Klink:

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.]



[fica aí uma idéia, um desejo, um projeto]

2 comentários:

Christian disse...

Ianara, adorei esse texto... nossa, que vontade de viajar, matar todas as pulguinhas e ir-me embora mesmo!
um dia, em breve, espero...

Glaubersoares disse...

Todavia, não só em relação a viagens, mas na busca de novas perspectivas de crescimento, sempre se faz necessário o elemento risco, que, consequentemente pode originar o sucesso....

Estabilidade sem crescimento é algo que não me interessa...Muito interessante o texto...

Glauber Soares
Fortaleza - CE

Não sei se lembra de mim..meu nome é glauber... lhe conheci em recife...me adiciona no msn pra mantermos contato...o email é glaubersoares19@hotmail.com...
Vlw...Abrços